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Balanço de dois anos de avaliação dos testes de auriculomedicina descritos por Paul Nogier (versus detecção elétrica)

Traduction en portugais de l'article d'Yves Rouxeville, Marc LeBel, Yunsan Meas, Dalila Trabelsi, Samy Ghattas. Publié en français dans la Revue ICAMAR n°1 et en portugais dans la Revue ICAMAR n°6 (juillet 2012)

Ao longo de 2 anos, 1.282 pontos foram detectados em 423 pacientes, utilizando-se testes ditos de auriculomedicina, descritos por Paul Nogier. Os resultados foram controlados por detecção elétrica diferencial. Leis estatísticas mostraram que as informações detectadas pelo sinal denominado RAC-VAS não se devem ao acaso, apesar de não serem infalíveis.


Palavras-chave: Paul Nogier - auriculomedicina - RAC - impedância elétrica.


Esse artigo foi publicado pela primeira vez (em francês) : "Rouxeville Y, LeBel M, Meas Y, Trabelsi D, Ghattas S. Bilan de deux années d’évaluation des tests d’Auriculo-Médecine décrits par Paul Nogier (versus détection électrique)." Acupuncture & Moxibustion. 2010 ;9(3):188-195.

  • Tradução em português : Dr. Fernando Mendes Sant’Anna
  • Tradução e reprodução com autorização dos diretores da revista Dr. Jean-Marc Stéphan e Dr. Olivier Goret.

This study extended over 2 years during which 1,282 points were detected in 423 subjects by use of Auriculomedicine tests as described by Dr Paul Nogier. The resulting findings were double-checked by electrical differential detection. Statistical laws demonstrate that the data detected by use of the VAS (Vascular Autonomic Signal or Nogier’s Pulse), though not infallibly accurate, are not random.


Keywords: Paul Nogier - auriculomedicine - VAS - electrical impedance.

Sur deux ans, 1.282 points ont été détectés chez 423 sujets, à l’aide des tests dits d’auriculo-médecine, décrits par Paul Nogier. Ils ont été contrôlés par détection électrique. Les lois statistiques montrent que les informations détectées par le signal dit du RAC-VAS ne relèvent pas du hasard, sans être pour autant infaillibles.


Mots-clés : Paul Nogier – auriculomédecine – RAC - impédance électrique.


Observações sobre o RAC-VAS

Os pulsos chineses são um dos dados mais importantes no exame clínico tradicional em acupuntura. Trata-se de uma medida estática: « Durante o momento do exame, em repouso, os pulsos chineses são constantes, e eles fornecem uma fórmula que caracteriza o equilíbrio yin e yang do indivíduo.» [1]. Por outro lado, o RAC-VAS descrito por Paul Nogier , é um aspecto dinâmico do pulso do paciente. « O V.A.S. (ou R.A.C. ), por si mesmo, é uma modificação passageira do pulso que varia com os estímulos realizados na orelha ou na pele» [1].

O RAC-VAS ( R.A.C. em francês e português, V.A.S. em inglês) é uma percepção clínica, podendo ser percebido durante diversas pulsações após um estímulo aplicado sobre a pele da orelha ou do corpo. Diz-se que ele é o positivo se o pulso é sentido mais forte, mais tenso ou mais rápido. Diz-se que é negativo se o pulso é sentido mais fraco, mais suave ou mais lento.

Observações sobre as medidas de impedância

A impedância pode ser definida como a resistência à passagem de uma corrente elétrica pela pele. Sendo um meio complexo, a pele não apresenta uma resistência ôhmica simples : um tecido não é equivalente a um modelo elétrico simples (o modelo representa a indutância como dentro de um fio enrolado e os efeitos capacitivos como num condensador).

Na prática, se faz circular uma corrente contínua bem fraca, de 5 µA , entre um eletrodo pontual (aplicado sobre a pele da orelha) e um eletrodo maior (eletrodo de massa, segurado na mão pelo mesmo indivíduo). Essa detecção é denominada diferencial, pois a medida dos pontos da orelha é a diferença entre duas medidas: a impedância do ponto (superfície de 1 mm²), e a impedância do meio circunvizinho imediato (um círculo de 2 mm de raio).

Essas medidas instrumentais fornecem um valor numérico. Elas permitem notar que um ponto, tendo uma anomalia física, não é uma fantasia. É assim que esse procedimento de detecção se tornou referência em auriculoterapia [2].

No plano internacional,   admite-se que os pontos da orelha detectados em forte baixa impedância (em relação ao ponto zero)   são pontos patológicos. Nos anos 70, um aparelho denominado punctuoscópio ®, permitia também as medidas em alta impedância [3]. É lamentável que essas medidas em alta impedância tenham sido ocultadas na França durante 30 anos. Apesar do interesse que elas despertam, as mesmas não farão parte dessa publicação, pois ainda são objeto de debates.

Os testes ditos de auriculomedicina descritos por Paul Nogier

Nos anos 70 à 90, Paul Nogier notou e descreveu os efeitos de diversos estímulos aplicados sobre a aurícula [4,5]. Esta disciplina (mal) foi nomeada auriculomedicina. Na sequência de Paul Nogier, tentamos mostrar o interesse de cada teste [6,7].

Este artigo é consagrado ao estudo de vários destes testes correntemente utilizados para a detecção de pontos de orelha: os resultados clínicos ligados a estes diversos testes utilizados desde 20 à 30 anos, justificam a sua escolha. O balanço da sua avaliação determinará a continuação dos testes mais eficientes, tanto no nosso ensino como em nossa prática.

Escolhemos a única avaliação indireta começada há dois anos: o controle da impedância dos pontos descobertos por diferentes testes de auriculomedicina [8 10]. Os primeiros ensaios de validação feitos sobre este modelo tinham sido efetuados em 11 de Novembro de 1996: testes de auriculomedicina versus Agiscop, depois o método Acus do Pr. Timochevski, com resultados animadores [6].

Os nossos estudos tentam dar respostas à quatro perguntas essenciais. Quais testes recrutam um forte percentagem de pontos em forte baixa de impedância? Quais testes são mais confiáveis, em termos de forte baixa de impedância? Quais testes podem ser praticados em clientela? Quais testes podem ser ensinados legitimamente?

Esta diligência permitirá eliminar as ideias preconcebidas. Permitirá igualmente questionas o suporte pretensamente científico apresentado em argumento para cada teste. Em corolário, os testes pouco confiáveis irão para o museu, e as hipóteses de trabalho erradas serão postas em seus lugares! Os seguintes testes foram avaliados:

  • Iluminação da orelha pela luz branca, realizada com a lâmpada de iluminação progressiva (L.E.P.) no máximo [2,4-9]. Trata-se de um teste geral.
  • A aproximação da orelha pela extremidade branca do bastonete detector preto-branco [2,4-9]. É um teste geral.
  • A aproximação da orelha pela extremidade preta do bastonete detector preto-branco, associado à iluminação pontual pela cor azul 44 de Wratten Kodak [2,4-9]. É um teste específico, dito de “fuga energética”.
  • A iluminação da orelha pela frequência de batimento obtida pela emissão simultânea das duas frequências não harmônicas 8,74 Hz (FH) e 3,75 Hz (FB) [2,5-7,9,10]. É um teste específico, descrito em relação com cada um dos hemicorpos .
  • A iluminação da orelha pelas frequências FH e FBemitidos separadamente [2,5-7,9,10]. É um teste específico, descrito em relação com cada um dos hemicorpos.
  • A iluminação da orelha pelas frequências ditas de Paul Nogier, codificadas A, B, C, D, E, F, G, feito em infravermelho através de um dispositivo do comércio. Estas frequências são as harmônicas (múltiplos) estendendo-se de 2,28 Hz à 146 Hz. Notar-se-á se a iluminação de um ponto de orelha permite encontrar seja uma única frequência base (figura 1) ou seja as sete frequências [2,4-7]. Nos dois casos, trata-se de testes específicos.
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Figura1. Correspondência das frequências sobre o pavilhão auricular.
  • A investigação de pontos induzidos por um filtro cromático, teste que necessita um mínimo de explicações. Nós analisamos 12 filtros cromáticos Wratten Kodak, cujo caráter dito tóxico é suposto se a instalação deste filtro sobre a orelha direita ou esquerda desencadeia pelo menos quatro RAC-VAS [2,4-7]. O filtro reconhecido como tóxico então é posto sobre o braço do indivíduo, e procura-se na orelha um ponto induzido pela L.E.P. no máximo. Trata-se de testes específicos.
  • A investigação de pontos induzidos por um extrato alimentar, a partir de uma bateria de sete alimentos comuns [4-7]. A diligência, à procura de um alimento tido como tóxico, é estritamente a mesma que para a procura de pontos induzidos por um filtro cromático. Nos dois casos, ter-se-á notado previamente os pontos de orelha que reagem à iluminação pela L.E.P. no máximo. Este ponto induzido, diferente dos pontos descobertos espontaneamente, é detectável apenas por este artifício! Trata-se de testes específicos.
  • A iluminação da orelha com uma luz polarizada simples, polarizada no grande eixo da orelha (posição dita “noite”), polarizada no eixo perpendicular ao grande eixo (posição dita “dia”), seguidamente de uma luz duplamente polarizada (posição dita “ passagem dia-noite”) [4-7]. Trata-se de testes gerais e específicos.
  • A iluminação pontual da orelha por projeções coloridas de filtros Wratten Kodak [2,4-7]. Trata-se de testes específicos, em relação com o significado proposto para cada cor.

Há dez anos, Philippe Castera , na época diretor da comissão Avaliação do F.A. FOR.ME.C., considerava que a comunidade médica e a comunidade científica estavam à espera de uma avaliação dos testes de auriculomedicina . Em 2005, o Pr. Youenn Lajat , na época Presidente do Conselho de coordenação do D.I.U. de Acupuntura, considerava que os testes de auriculomedicina deviam ser ensinados no módulo de auriculoterapia , e que estes testes deveriam ser avaliados. Em outubro de 2006, Marco Romoli escrevia à Yunsan Méas e Yves Rouxeville , desejando integrar a avaliação dos testes de auriculomedicina em seu próximo livro, Auricular Diagnosis , publicado em 2009 [11]. Os protocolos iniciais para este estudo foram estabelecidos em 2007. A avaliação começou em janeiro de 2008, para terminar-se no fim de fevereiro 2010.

A nossa problemática era avaliar os pontos detectados na orelha pelos testes propostos por Paul Nogier (reconhecimento manual). A escolha recaiu sobre uma comparação por reconhecimento instrumental, em termos de indutância à passagem de uma corrente contínua.

Recrutamento dos pacientes

O estudo preciso de um paciente necessita um tempo de exame que acrescenta-se ao tempo habitual de consulta. Os pacientes recrutados foram avisados sobre a possibilidade de ser incluídos neste estudo sem desorganizar muito o trabalho planejado para os cuidados previstos para outros pacientes.

A investigação foi conduzida sobre doentes voluntários, todo que vem, antes do exame sobre os motivos de consulta. Não foi feita desinfecção pelo álcool nem outro produto antes da detecção, somente uma limpeza da orelha com algodão seco. A calibração do detector foi feita por calibração sobre o valor da impedância no ponto zero, nível R reconhecido como correspondente a um ponto patológico, a um estado lesional . Nos diversos estudos efetuados, só a face lateral da aurícula foi examinada.

A ordem das medidas efetuadas

Às medidas mais sutis foram feitas em primeiro, para não alterar o ponto. A investigação da dor à pressão não foi feita: risco de modificação do valor elétrico do ponto, descrito pelo Dr. Claudie Terral [12]. A investigação da impedância foi feita em último: risco de derivação por modificação do valor elétrico do ponto [12]. Para evitar os artefatos, a medida do pulso foi tida em conta apenas a partir de quatro RAC-VAS.

Controle da impedância dos pontos

Um microprocessador analisa a resistência à passagem de uma corrente contínua de 5 µA . Ele compara as duas medidas (ponto/massa e círculo/massa) [2].

O controle de impedância dos pontos de orelha far-se-á por detecção elétrica diferencial. O dispositivo utilizado em 2008 foi o Agiscop DT [8, 11]. Para os estudos efetuados em 2009 e 2010, escolhemos um novo dispositivo, o Módulo 100®: a medida visual completa nesse último enriquece o sinal sonoro. O médico não precisa fazer mais do que variar o potenciômetro para saber o valor de impedância do ponto: ele o vê sem precisar tocar em nada. As medidas são por conseguinte mais confiáveis, embora os dois dispositivos utilizem o mesmo princípio de medida.

Notando-se valores de impedância diferentes entre o ponto zero na orelha direita e o ponto zero na orelha esquerda no mesmo paciente, levou-se em conta os níveis de referência R em cada um desses locais ( Rd e Re), para os estudos feitos a partir do outono de 2009.

As investigações de impedância foram feitas com posicionamento correto da extremidade de detecção: a pressão deve ser constante, os eletrodos devem estar perpendiculares à pele e pressionados pela metade, ou seja de 30 à 50 g/mm². A sua superfície de contato deve ser constante e completa. É necessário deslocar lentamente o sistema de detecção sobre a pele, para deixar ao microprocessador um tempo suficiente para as medidas e o cálculo.

A fortebaixa de impedância

No âmbito dos estudos feitos a partir do outono de 2009 com o Módulo 100, reteve-se como nível significativo de forte baixa de impedância o conjunto que abrange o nível de referência R mais dois LED acima e dois abaixo. O nível de referência Rd (zero direito) não é obrigatoriamente o nível de referência Re (zero esquerdo).

O total dos testes efetuados recrutou 1282 pontos em 423 pacientes (ou seja, uma média de 3 pontos por paciente), 753 dos quais em forte baixa de impedância (58,7%).

Iluminação pela luz branca no máximo (Quadro I)

Quadro I : Iluminação por luz branca no máximo.

A iluminação da orelha pela lâmpada de iluminação progressiva (dita L.E.P. de Heine) no máximo, versus Agiscop DT, foi o nosso primeiro estudo [8, 9]: 186 pontos foram recrutados em 34 pacientes (5,31 por paciente), dos quais 120 em forte baixa de impedância (64,5 %) [8, 9].

Tentamos fazer um estudo comparativo: o mesmo teste versus um detector elétrico diferente, L.E.P. de Heine versus Modulo 100: 54 pontos foram recrutados em 13 pacientes (4,15 por paciente), dos quais 36 em forte baixa de impedância (66,6%).

A iluminação da orelha por um protótipo de lâmpada de iluminação progressiva versus Modulo 100: 123 pontos foram recrutados em 24 pacientes (5,12 por paciente), dos quais 72 em forte baixa de impedância (58,5%). A iluminação pelo L.E.P. de Heine era à incandescência, enquanto que o protótipo emitia uma luz fria, LED bem diferentes. Os « testes cruzados » pela aproximação do bastonete preto/branco (QuadroII)

Quadro II. Os « testes cruzados » pela aproximação do bastonete preto/branco.

Quadro II. Os« testes cruzados » pela aproximação do bastonete preto/branco.
  • A abordagem da orelha pela extremidade branca do bastonete preto-branco (teste geral), versus Agiscop DT, foi o nosso segundo estudo. Em 34 pacientes, recrutou 173 pontos (5,09 por paciente), dos quais 116 em forte baixa de impedância (67%).
  • Os “testes cruzados” recrutaram os pontos detectados ao mesmo tempo pela L.E.P. e pela ponta branca do bastonete preto/branco: 147 pontos para estes 34 mesmos pacientes (4,32 por paciente), dos quais 105 em forte baixa de impedância para estes dois testes gerais (71,4%).
  • A abordagem da orelha pela extremidade preta do bastonete preto-branco, conjugado à iluminação pontual pela cor azul 44 de Wratten Kodak, versus Agiscop DT, foi o nosso terceiro estudo. Estes outros “testes cruzados” são específicos; recrutaram 29 pontos nos 34 mesmos pacientes (0,85 por assunto), dos quais 28 em forte aumento de impedância (96,5%).

A iluminação da orelha pelas frequências FH e/ou FB [9,10]

  • A frequência de batimento (emissão simultânea de FH e de FB), versus Modulo 100, recruta 64 pontos em 24 pacientes (2,66 por paciente), dos quais apenas 26 em forte baixa de impedância (40%) para este teste específico.
  • As frequências FH e/ou FB emitidas separadamente, versus Modulo 100, recrutam 93 pontos nesses mesmos 24 pacientes (3,87 por pacientes), dos quais apenas 29 em forte baixa de impedância (31%) para este teste específico.

A iluminação da orelha pelas frequências de Paul Nogier (Quadro III)

Quadro III. Iluminação da orelha pelas frequências de Paul Nogier
  • Uma única frequência de base sobre um ponto (uma anomalia local menor), versus Modulo 100, notou 40 pontos em 20 pacientes (2 por paciente), dos quais apenas 19 em forte baixa de impedância (47,5%) para este teste específico.
  • As sete frequências encontradas sobre um ponto (dito “foco”), versus Modulo 100, detectaram 81 pontos nestes 20 pacientes (4,05 por paciente), dos quais 52 em forte baixa de impedância (64% para este teste específico).

A pesquisa de pontos induzidos (Quadro IV)

Quadro IV. A pesquisa dos pontos induzidos
  • Em 25 pacientes, recrutou-se 48 pontos induzidos por um filtro cromático (1,92 por paciente), dos quais apenas 21 em forte baixa de impedância (44%) para este teste específico.
  • Nesses mesmos 25 pacientes, recrutou-se 30 pontos induzidos por um extrato alimentar, (1,2 por paciente), dos quais 19 em forte baixa de impedância (63,3%) para este teste específico.

A iluminação da orelha por uma luz polarizada (Quadro V)

Quadro V. A iluminação da orelha por uma luz polarizada.
  • A iluminação da orelha com uma luz polarizada unidirecional, em posição dita “noite” e posição dita “dia”, recrutou 77 pontos em 20 pacientes (3,85 por paciente), dos quais 55 em forte baixa de impedância (71,4%) para este teste ao mesmo tempo geral e específico.
  • A iluminação da orelha com uma luz polarizada bidirecional, em posição dita “passagem dia-noite”, recrutou 36 pontos nestes 20 pacientes (1,8 por paciente), dos quais 26 em forte baixa de impedância (72,2%) para este teste ao mesmo tempo geral e específico.

Tentando compreendero RAC-VAS

No plano internacional, existe um acordo para explicar o mecanismo do RAC-VAS. Este fenômeno sutil que ocorre após estímulos, deveria incluir-se no campo dos mecanismos de adaptação ao estresse. No caso preciso, seria uma micro-reação em resposta a um micro-estresse. Por conseguinte, tudo se passa como se percebêssemos as reações a um micro-desequilíbrio passageiro.

A satisfação dos médicos e os seus pacientes para esta técnica é um dado que não se deve negligenciar. Nossas posições como investigadores, professores e clínicos incitam-nos a compreender, objetivar e explicar os fenômenos que interferem com a nossa prática. A avaliação permite integrar o emocional e o subjetivo. Entre os numerosos testes de auriculomedicina descritos por Paul Nogier [5], alguns parecem tolos mas satisfazem os médicos que os utilizam.

Decidimos rejeitar o estado de espírito científico e pseudo-cartesiano, não eliminando estes testes para ir aos fatos. Do mesmo modo, ficamos desapontados que as tentativas de registro do RAC-VAS [6] não parecem ter sido reproduzidas; outras tentativas convenceram apenas um círculo muito limitado de curiosos.

Pareceu-nos mais útil e mais prático avaliar o RAC-VAS de maneira indireta mas muito clássica, para assinalar este desafio. Trata-se de comparar dois braços: um braço para o teste a ser avaliado, o outro braço a referência. A referência permanece a medida física, independente do julgamento humano; no caso preciso, é a impedância eléctrica do ponto detectado pelo primeiro braço.

Testes que recrutam a maior porcentagem de forte baixa de impedância

Os estudos detectaram 1282 pontos, 753 dos quais apresentaram uma forte baixa de impedância (ou seja, uma média de 58,7%). Os testes descritos por Paul Nogier que são mais confiáveis em termos de forte baixa de impedância são os que recrutam uma percentagem de forte baixa de impedância superiores à 58,7%. Trata-se de:

  • L.E.P. de Heine: 64,5% de 186 pontos em 34 pacientes, confirmado por 66,6% de 54 pontos em 13 pacientes,
  • Bastonete preto-branco: 67% de 173 pontos em 34 pacientes,
  • Testes cruzados L.E.P. e ponta branca do bastonete preto-branco: 71% de 147 pontos em 34 pacientes,
  • Testes cruzados cor 44 e ponta preta do bastonete preto-branco: 97% de 29 pontos em 34 pacientes,
  • As sete frequências em infravermelho (“foco”): 64% de 81 pontos em 20 pacientes,
  • Ponto induzido por um alimento: 63,3% de 30 pontos em 25 pacientes,
  • Luz polarizada unidirecional: 71,4% de 77 pontos em 20 pacientes,
  • Luz polarizada bidirecional: 72,2% de 36 pontos em 20 pacientes.

Os estudos foram efetuados em 423 pacientes, o que perfaz uma média de três pontos por paciente; os detalhes destes diferentes estudos serão descritos posteriormente.

Ainda que a forte baixa de impedância seja a referência, parece-nos importante não negligenciar os pontos em aumento de impedância, recrutados significativamente quando de certos testes. Nos parece que estes pontos sejam o eco de uma fraqueza do terreno, sobre diversos planos a precisar. Enquanto que os pontos em forte baixa de impedância são testemunhos relacionados a uma condição patológica.

Sobre os estudos multicêntricos

Não tivemos conhecimento de outros estudos efetuados para avaliar o RAC-VAS ou os testes de auriculomedicina . Nosso protocolo de investigação em consultório melhorou, estudo após estudo. Observar-se-á que justapusemos sistematicamente os resultados em números (habituais para menos de 100) e percentagens (habituais acima de 100).

Apontamos nossas limitações indicando os pontos detectados e não controlados. Estes “falsos pontos” situam-se num intervalo de 5% a 15%. Nos dois estudos sobre as frequências de Paul Nogier , feitas simultaneamente nos mesmos pacientes, a taxa “de falsos pontos” é de 4,9% para os “focos” mas ascende à 20% para as frequências únicas! Os dois estudos sobre as frequências FH e FB feitas simultaneamente nos mesmos pacientes colocam-nos problemas: 19,3% “de falsos pontos” para as frequências FH e FB, e 25% para a frequência de batimento. Estas taxas, que podem estar ligadas ao estado emocional e de cansaço do operador, nos levam a refazer este estudo. Poderemos assim confirmar ou excluir a hipótese de que “os testes menos significativos são igualmente aqueles onde as taxas de reconhecimento manual são mais fracas”!

Diversos resultados obtidos por estes estudos são significativos, apesar de séries limitadas. É por conseguinte importante prosseguir integrando a esses outros operadores experientes.

Um comitê foi constituído; ele deverá elaborar um protocolo destinado aos estudos multicêntricos.

As informações fornecidas pelo RAC-VAS são válidas: não são fruto do acaso. As informações recolhidas pelo RAC-VAS não são infalíveis: não podem por conseguinte ser utilizadas ao lugar do exame clínico clássico, do qual são um complemento muito útil, na condição de que as medidas sejam feitas de maneira acadêmica.

Estes curtos estudos justificam seu prosseguimento sobre maiores coortes, por um ou vários estudos multicêntricos enquadrados em protocolos de melhor qualidade, destinados a evitar os vieses.


Referências bibliográficas

  1. Nogier P, Nogier R. L’homme dans l’oreille. Sainte-Ruffine : Maisonneuve; 1979; 247.
  2. Rouxeville Y, Meas Y, Bossy J. Auriculothérapie, Acupuncture auriculaire. Paris: Springer Verlag France; 2007.
  3. Bourdiol RJ. Eléments d’auriculothérapie. Sainte-Ruffine : Maisonneuve; 1980.
  4. Nogier PFM. De l’auriculothérapie vers l’ auriculomédecine . Sainte-Ruffine : Maisonneuve; 1981.
  5. Rouxeville Y. Index des cours effectués par le Dr Paul Nogier du 27 février 1981 au 9 juillet 1994. Peut être consulté sur www.biblio.auriculo.fr ; 2009.
  6. Rouxeville Y. Acupuncture auriculaire personnalisée. Montpellier: Sauramps médical; 2000 ;35 -41,84-85,128-130.
  7. Rouxeville Y. Translated and edited by LeBel MR A Course in Auriculomedicine . Beverly Hills, CA (U.S.A.): Dux Lucis Books; 2006.
  8. Rouxeville Y, Meas Y. Auriculothérapie : le RAC-VAS, contrôle de sa mise en évidence. Acupuncture et Moxibustion 2008 ;7 (3):239-243.
  9. Rouxeville Y, LeBel MR, Meas Y ,Trabelsi D. Monitoring the diagnosis of auricular points: contrasting the performance of the VAS and the electrical detector. Symposium International d’Auriculothérapie et d’Auriculomédecine . Bologne ; octobre 2009.
  10. Rouxeville Y, LeBel MR, Meas Y, Trabelsi D. Auriculothérapie : un nouveau contrôle du RAC-VAS par détection électrique. Acupuncture et Moxibustion 2009 ;8 (4):235-239.
  11. Romoli M. Auricular diagnosis. London: Churchill Livingstone Elsevier; 2010.
  12. Terral C. Douleur et Acupuncture. Montpellier: Sauramps médical; 2009.

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